Um desenho para relaxar

Quebrei a rotina: fiz um desenho para relaxar.
Como assim?
Ser um desenhista profissional significa cumprir com prazos e objetivos. Desenhar algo que vem de dentro, sem precisar de se pensar muito, é algo raro. Sinceramente, não acho essa condição muito boa para um artista. Porém não reclamo, afinal este é um bom trabalho comparado com os que já tive.
Neste desenho, optei por fazer a arte-final com nanquim e pincel. Havia anos que eu não usava essa técnica. Já faz um bom tempo que passei a fazer a arte-final no computador, para conseguir produzir mais rápido a príncípio, e depois para explorar novas técnicas. Sim, devido a prazos e objetivos, de novo.
Gosto muito das técnicas tradicionais, pois elas precisam de tempo. Dar uma pincelada de nanquim e esperar secar. Que maravilha! Enquanto isso eu contemplo o desenho e penso na melhor maneira de continuá-lo. E nada de uma combinação de teclas para desfazer uma ação indesejada. Na técnica tradicional o desenho segue em frente no tempo, não tem como se refazer o passado. Aí acontece algo mágico: tem que se aceitar o defeito, e tentar transformá-lo em efeito (especial, de preferência).
Gosto do Zen porque ele ensina que as coisas são complementárias. Mesmo o traço errado tem uma função, e ele não é mau. Basta aceitá-lo, e se for o caso, transformá-lo num novo traço. Não preciso ficar atormentado porque errei, ou me preocupar se estou fazendo julgamentos corretos sobre o bom e o mau.
Quebrei a rotina: fiz um desenho para relaxar. Um desenho demorado, mas autêntico: suas pinceladas são reais, não são uma simulação digital. Ele também me fez lembrar de coisas importantes como o seguir em frente, sem medo de errar e sem perfeccionismo. E mais ainda, este desenho me proporcionou algumas boas horas sem precisar de pensar tanto nesse ou naquele objetivo, como uma meditação.
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E você, o que faz para relaxar? Deixe seu comentário mais abaixo.
Até a próxima e fique Zen!
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